Um Futuro Aquarela para os que ousarem conduzi-lo

Podemos olhar para frente, buscando o futuro. Mas enxergar o que de fato existirá lá é uma faculdade difícil. Olhar para o passado por sua vez, é sempre um aprendizado. E talvez esteja no aprendizado do passado a inspiração que precisamos para enxergar o que queremos do futuro a tempo de agir no presente.

Nesta louca viagem temporal, entre passado e futuro, trago um trecho da música Aquarela. Quando lá no ano de 1982 o ilustre músico e compositor brasileiro, Toquinho, em turnê pela Itália conheceu o músico italiano Maurizio Fabrizio e em conjunto a compuseram concatenando trechos de seus trabalhos anteriores, originalmente em italiano e posteriormente traduzida para o português por Toquinho, esta que seria imortalizada como a canção infantil de gerações. Emblemática pela lúdica e criativa forma de ver o mundo ao nosso redor, traduzia e ilustrava com maestria toda a magia do imaginar e do criar que o mundo permite e oferece às crianças. E trago esta nostálgica lembrança para lembrar a todos como já fomos capazes de imaginar um mundo muito diferente e que podemos voltar a fazer isso constantemente. Mesmo depois de adultos.

 

“E o futuro é uma astronave

Que tentamos pilotar

Não tem tempo, nem piedade

Nem tem hora de chegar

Sem pedir licença

Muda a nossa vida

E depois convida

A rir ou chorar…”

 

 

Com esta introdução diferente, venho neste artigo provocar sua forma de enxergar o futuro. Não pela simples troca de lente, mas pelo fato de que o futuro ainda não foi criado. Cabendo a nós decidir se iremos seguir pelo caminho que se configurar aos nossos pés ou se decidiremos escolher por onde nossos passos nos levarão.

Já há muito, assim como eu, muitos estudam e falam sobre a Transformação Digital, sobre inovação, novos modelos de negócios e tendências de novos comportamentos. Porém, ao fazer isso, exercitamos nossa capacidade de imaginar o que será do mundo em um futuro muito próximo.

Para está acompanhando este texto muito próximo de sua concepção e publicação, no ano de 2020, pode se identificar claramente com o momento que estamos vivendo, em plena quarentena, isolados em casa há mais de 5 semanas e nos reinventando para buscar não deixar nossas atividades e responsabilidades pararem. Neste tempo de grandes mudanças, muito se fala sobre um “novo normal” que encontraremos daqui a algum tempo. Para você que está lendo este texto em algum lugar do tempo ao meu futuro, certamente se lembrará das muitas e constantes discussões sobre este tal novo futuro, que se de fato existir, você já deve estar vivendo em seu cotidiano. Aproveite e deixe um comentário neste post para que possamos conversar neste exercício temporal.

Como a letra da música diz, “o futuro é uma astronave que tentamos pilotar…”, seja por teimosia, arrogância ou curiosidade. E assim como esta pandemia que nos tomou de assalto, não tem hora para chegar nem pede licença para mudar nossas vidas, convidando-nos apenas a rir ou chorar.

Mas particularmente, apesar de gostar muito desta letra e de toda sua poesia, acredito que somos sim, capazes de pilotar esta fantástica astronave e podemos fazer muito mais do que apenas rir ou chorar. Acredito que somos capazes de alterar e influenciar, mesmo que poucas das variáveis que reconfiguram um futuro de cada presente. E fazemos isso quando nos capacitamos para poder identificar e criar as oportunidades imbuídas no futuro. Fazemos isso, quando nos dedicamos com determinação em construir e realizar algo que a grande maioria não acredita ou simplesmente não se dá ao trabalho.

Assim como muitos falam sobre termos um “novo normal”, poucos estão se movendo para CRIAR o seu “novo normal”. E é muito certo de que os profissionais e empresas que escolherem esperar, serão rebocados pelo novo normal para um lugar estranho, onde esta zona de conforto não os ajudará. Pois simplesmente replicar as práticas e estratégias de quem estará no auge, não lhes concederá nenhuma vantagem. E talvez não seja nem mesmo suficiente para assegurar sua sobrevivência.

Portanto, para ser capaz de criar ou ao menos influenciar neste novo normal, é preciso protagonizar as mudanças do seu meio. Seja ela um convívio pessoal, um departamento, uma organização, um mercado e por que não, até mesmo uma sociedade. Será preciso calibrar a visão, redefinir a estratégia, ajustar as práticas e estar preparado para rever até mesmo a cultura na qual o profissional ou a empresa está inserida. Pois apenas assim, será possível gerar novas propostas de valor para expectativas e percepções que estarão muito mais sensíveis a conveniências, praticidades e agilidade.

E para poder atender à estas novas exigências, os profissionais e organizações digitais precisarão inovar, empregando em seus modelos e estratégias de ofertas o emprego de tecnologias que potencializem a entrega de valores realmente relevantes e pertinentes aos seus públicos.

Na prática, independente do ramo de atividade, segmento de atuação ou natureza de negócio ou carreira. O que devemos nos perguntar sobre o cenário deste “novo normal” é;

O que será comprometido e o que será valorizado em seu modelo de negócio ou atuação depois deste e de futuros eventos? E como o perfil do seu público alvo será afetado e com ele responderá a partir de então? Será o mesmo ou se transformado?

Saber de forma clara, onde quer estar em um futuro não muito distante, como 3 ou 5 anos, é uma forma inteligente de monitorar se o caminho trilhado está sendo trilhado com os passos certos. Estando no caminho certo ou não, deve-se questionar frequentemente o que se faz necessário para alcançar este futuro. Quais ferramentas, tecnologias, equipes e motivações podem contribuir para elevar a assertividade e efetividade da jornada. E estar sempre aberto e disposto a mudar o rumo e renunciar aos pesos que se tornam desnecessários e atrapalham o caminhar.

Tendo esta consciência, tenho a convicção de que estaremos mais preparados para assumirmos o leme desta fantástica astronave chamada futuro e sermos os responsáveis pelo seu curso e seus impactos. Nos tornando os portadores das escolhas de rir ou chorar que levaremos aos habitantes desavisados que habitam cada mundo a ser visita por nossa astronave.

Portanto, vamos nos capacitar, abrir a mente para o novo, ousarmos inovar e agirmos com determinação, para assim, nos tornarmos excelentes pilotos do futuro. Pois as mudanças e transformações que o digital irá causar nas pessoas, nos mercados, em suas relações e nas sociedades como um todo será profundo e irreversível. Cabe a nós escolhermos sermos pego de surpresa e rebocados pelos profissionais e marcas que estiverem conduzindo o mundo para novos rumos ou sermos nós os ocupantes da cadeira frente ao leme?

Pois ainda, como termina a canção “…giro um simples compasso e num círculo eu faço um mundo”.

Escrito por Alexandre Conte

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